#1 ONU pede que Irã liberte ativistas e pare com intimidação à mídia Ter Out 02, 2012 1:59 pm
Solkis
Por Stephanie Nebehay
GENEBRA, 2 Out (Reuters) - O escritório de direitos humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) pediu nesta terça-feira pela libertação imediata de ativistas proeminentes e jornalistas que foram detidos ou intimidados, segundo a agência, como parte de uma repressão aparente a críticos antes das eleições presidenciais do Irã do próximo ano.
O porta-voz Rupert Colville citou, entre outros, os casos de Ali Akbar Javanfekr, conselheiro de imprensa do presidente Mahmoud Ahmadinejad e chefe da agência de notícias estatal Irna, preso por seis meses por insultar o Líder Supremo, e a jornalista e chefe de redação da Reuters Parisa Hafezi, acusada de espalhar mentiras e propaganda.
"É certamente uma repressão, é um grande número de pessoas, pessoas muito importantes, apenas nas últimas duas semanas. Parece haver alguma possível ligação política com as próximas eleições", disse Colville em entrevista coletiva.
Colville afirmou que estava preocupado em particular com a prisão em 29 de setembro do advogado de direitos humanos Mohammad Ali Dadkhah, que tinha sido condenado a nove anos de prisão por "pertencer a uma associação que pretende derrubar o governo e fazer propaganda contra o sistema".
Dadkhah, cofundador com o Prêmio Nobel da Paz de 2003, Shirin Ebadi, do Centro de Defensores dos Direitos Humanos, envolveu-se na defesa de muitos casos de alta visibilidade.
Colville também se referiu à detenção no mês passado de Faezeh Hashemi e de Mehdi Hashemi Rafsanjani, filha e filho de Akbar Hashemi Rafsanjani, ex-presidente do Irã.
O presidente Mahmoud Ahmadinejad foi eleito pela primeira vez em 2005 e deve deixar o cargo no próximo ano quando novas eleições serão realizadas. Sua reeleição em 2009 resultou em manifestações e acusações de fraude eleitoral que abalaram o país.
REDAÇÃO FECHADA
Em seu segundo mandato, ele tem cada vez mais entrado em conflito com o líder supremo aiatolá Ali Khamenei, que expôs divisões mais amplas na liderança. As tensões foram ainda aumentadas por problemas econômicos decorrentes, pelo menos em parte, das sanções impostas por potências ocidentais sobre o programa nuclear de Teerã.
"A prisão e detenção em curso de profissionais da mídia e intimidação de organizações de mídia é profundamente preocupante, especialmente tendo em conta que estamos entrando agora na corrida para as eleições presidenciais de junho 2013", disse Colville. "Pedimos ao governo do Irã para libertar imediatamente todos os que foram presos por exercer pacificamente seus direitos fundamentais."
Em março, o governo iraniano suspendeu o credenciamento de imprensa da Reuters em Teerã após a publicação de um roteiro de vídeo sobre o treinamento de mulheres em artes marciais que incorretamente referiu-se às atletas como "assassinas". Desde então, a Reuters não consegue mais reportar do Irã.
A Reuters corrigiu a história depois que o clube de artes marciais reclamou e pediu desculpas pelo erro.
A chefe de redação da Reuters no Irã, a jornalista de nacionalidade iraniana Parisa Hafezi, foi posteriormente acusada em vários aspectos, incluindo propagação de mentiras e propaganda contra o governo. Hafezi não tinha sido envolvida na elaboração do roteiro de vídeo.
Um júri iraniano votou neste domingo para condenar a agência de notícias Reuters pelo roteiro do vídeo. A decisão final será feita por um juiz, que deverá emitir seu veredito este mês.
(Reportagem de Stephanie Nebehay)
GENEBRA, 2 Out (Reuters) - O escritório de direitos humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) pediu nesta terça-feira pela libertação imediata de ativistas proeminentes e jornalistas que foram detidos ou intimidados, segundo a agência, como parte de uma repressão aparente a críticos antes das eleições presidenciais do Irã do próximo ano.
O porta-voz Rupert Colville citou, entre outros, os casos de Ali Akbar Javanfekr, conselheiro de imprensa do presidente Mahmoud Ahmadinejad e chefe da agência de notícias estatal Irna, preso por seis meses por insultar o Líder Supremo, e a jornalista e chefe de redação da Reuters Parisa Hafezi, acusada de espalhar mentiras e propaganda.
"É certamente uma repressão, é um grande número de pessoas, pessoas muito importantes, apenas nas últimas duas semanas. Parece haver alguma possível ligação política com as próximas eleições", disse Colville em entrevista coletiva.
Colville afirmou que estava preocupado em particular com a prisão em 29 de setembro do advogado de direitos humanos Mohammad Ali Dadkhah, que tinha sido condenado a nove anos de prisão por "pertencer a uma associação que pretende derrubar o governo e fazer propaganda contra o sistema".
Dadkhah, cofundador com o Prêmio Nobel da Paz de 2003, Shirin Ebadi, do Centro de Defensores dos Direitos Humanos, envolveu-se na defesa de muitos casos de alta visibilidade.
Colville também se referiu à detenção no mês passado de Faezeh Hashemi e de Mehdi Hashemi Rafsanjani, filha e filho de Akbar Hashemi Rafsanjani, ex-presidente do Irã.
O presidente Mahmoud Ahmadinejad foi eleito pela primeira vez em 2005 e deve deixar o cargo no próximo ano quando novas eleições serão realizadas. Sua reeleição em 2009 resultou em manifestações e acusações de fraude eleitoral que abalaram o país.
REDAÇÃO FECHADA
Em seu segundo mandato, ele tem cada vez mais entrado em conflito com o líder supremo aiatolá Ali Khamenei, que expôs divisões mais amplas na liderança. As tensões foram ainda aumentadas por problemas econômicos decorrentes, pelo menos em parte, das sanções impostas por potências ocidentais sobre o programa nuclear de Teerã.
"A prisão e detenção em curso de profissionais da mídia e intimidação de organizações de mídia é profundamente preocupante, especialmente tendo em conta que estamos entrando agora na corrida para as eleições presidenciais de junho 2013", disse Colville. "Pedimos ao governo do Irã para libertar imediatamente todos os que foram presos por exercer pacificamente seus direitos fundamentais."
Em março, o governo iraniano suspendeu o credenciamento de imprensa da Reuters em Teerã após a publicação de um roteiro de vídeo sobre o treinamento de mulheres em artes marciais que incorretamente referiu-se às atletas como "assassinas". Desde então, a Reuters não consegue mais reportar do Irã.
A Reuters corrigiu a história depois que o clube de artes marciais reclamou e pediu desculpas pelo erro.
A chefe de redação da Reuters no Irã, a jornalista de nacionalidade iraniana Parisa Hafezi, foi posteriormente acusada em vários aspectos, incluindo propagação de mentiras e propaganda contra o governo. Hafezi não tinha sido envolvida na elaboração do roteiro de vídeo.
Um júri iraniano votou neste domingo para condenar a agência de notícias Reuters pelo roteiro do vídeo. A decisão final será feita por um juiz, que deverá emitir seu veredito este mês.
(Reportagem de Stephanie Nebehay)